Participar da gravação da vinheta da nova novela da rede Globo – Babilônia – que já está no ar foi emoção do começo ao fim.
Fazer um coração humano foi o primeiro desafio. Tinha que ser real, inspirado na forma cientifica do coração, com veias, artérias, átrios e tudo o que faz pulsar e dar a esta frágil carcacinha que somos nós. Fizemos um, dois e no terceiro fiquei satisfeita. A produção adorou!
O segundo desafio foi faze-lo ao vivo. A Carreta do projeto Vidro ao Vivo foi ao estúdio para refazer o coração à luz das câmeras. E quando tudo começou vimos que as luzes eram o de menos.
As câmeras, em todo seu rodo móvel aparato tecnológico e humano “entrou” literalmente dentro da carreta. Havia 10 pessoas – além de nós 3 – eu, Marcio e Jhon, com o vidro incandescente na ponta da cana em pouco menos de 10m2. O forno ficava aberto muito tempo para captar “aquela” imagem, o fio correu sobre o vidro dezenas de vezes e o calor forno a 1300º e holofotes de x mil watts (vários…) redobravam o calor natural da adrenalina que é fazer vidro.
Nos bastidores da gravação pelo olhar do fotografo Rodrigo Rosenthal
A arte não está aqui ou ali, mas um pouco atrás do olhar – ou da câmera, em se tratando de fotografia – em algum lugar do cérebro onde RGBs ou CMYKs se misturam para a criar algum outro significado. Um novo significado. Depois ela vira alguma coisa: foto, quadro, musica…. E passa a ser algo que todos podem ver.
E eu perdi a foto!
Durante a gravação das outras vinhetas – o coração de aço e de pedra – evitamos mexer no vidro por conta da faísca provocada pela esmerilhadora. Quando terminaram, nos avisaram e começamos a aquecer o forno de caldear, as canas, e preparar os materiais. Haviam mais de 20 pessoas no estúdio. O espaço era grande e ficamos numa parte mais ao fundo, separados dos demais
Quando o Marcio já tinha uma boa porção de vidro na ponta da cana e começava o soprar o coração, chamei o pessoal para vir dar uma olhada. Vieram todos os 20 e ergueram-se câmaras de todos os tipos – de celulares cotidianos às robustas teleobjetivas, todos captavam a estrela da cena: o vidro incandescente. Peguei meu celular para fotografar mas já não tinha mais bateria.
Ao ver meu desapontamento, um dos fotógrafos profissionais me consolou: estamos fotografando tudo, disse. – Mas eu queria fotografar vocês, respondi…Nunca vi tantas câmeras voltadas pra nós! Ficou salvo na (minha) memoria.
As fotos abaixo sao do fotografo e amigo Rodrigo Rosenthal.
elvira schuartz babilonia